Enigma supremo de todos os tempos e de todos os povos, a morte não tem sido motivo de reais questionamentos e estudos por parte da maioria dos homens.
Mesmo sendo fator de sofrimentos inimagináveis, de gestos tresvariados, de precipitações inúmeras, justamente em função da ignorância que sobre ela nutre a maioria das pessoas, a “ceifadora da vida carnal” não tem recebido a merecida atenção da humanidade no sentido de desvendá-la, equacioná-la, entendê-la…
Fatalidade biológica, é fenômeno habitual da vida, é o rumo inevitável para o qual nos dirigimos. Haverá o homem de acordar para tal questão pois o fenômeno biológico que se iniciou com a reencarnação cessará naturalmente com a morte.
Quando examinada do ponto de vista de grande parte da humanidade materialista, é tida como a destruidora da felicidade e da esperança, geradora de tragédias entre muitos.
No entanto, ninguém morre!
A homenagem aos mortos é a afirmação solene da certeza de que a sepultura não é o término fatal e triste da vida, mas a abençoada porta de entrada para um novo modo de existência.
Os Espíritos, que sempre se manifestaram em todas as épocas da humanidade -e ainda se manifestam- nada mais são do que as almas dos homens que viveram na Terra.
Quando do retorno à vida espiritual-desencarnação-cada um é mais ou menos feliz conforme a vida que aqui levou. Enganosa é a ideia do repouso absoluto ou de que adquirem amplos conhecimentos sobre tudo e recebem virtudes que aqui não desenvolveram.
Levamos para o além-túmulo tanto virtudes como paixões e vícios…Cada um prossegue com sua bagagem. Assim é que cada um morre conforme viveu, com os mesmos conteúdos e bagagens psicológicas.
A condição feliz ou infeliz depende da conduta moral, do bem ou do mal aqui praticado bem como do grau de apego às coisas materiais.
Os que verdadeiramente se amam, após o desenlace físico, reencontram-se nas esferas espirituais e formam famílias pelos laços de afinidade.
Para os espíritas a morte, em atendimento às ordenações da Vida Maior, é o termo de mais um dia de trabalho santificante, para que se ponham, de novo, a caminho do alvorecer.
Morte…, aniquilamento…, jamais!
Paulo Afonso Eberhardt
Fonte: Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos