– Em sua opinião, como os dirigentes espíritas podem auxiliar o jovem na canalização do vigor juvenil para a construção do mundo de regeneração?
Raul Teixeira: Primeiro, será preciso fazer do centro espírita um lugar agradável, fraterno e envolvente para a criança e para o jovem, sem nenhuma necessidade de que se construam piscinas, quadras esportivas ou salões de funk para que se sintam atraídos. O ambiente se mostrará agradável quando haja nele o envolvimento fraternal, onde o jovem possa exprimir-se, perguntar, opinar e apresentar seus problemas sem receber olhares de superior hipocrisia. Depois, será importante que seja convidado a participar das atividades da instituição que estejam ao nível das suas possibilidades, o que implica que os lidadores mais velhos deverão conhecer os mais moços por estarem junto deles, acompanhando-os, observando-os e assistindo-os.
O jovem não se fixará em instituições onde não tenha nada o que fazer, onde só compareça para ouvir, sentadinho, leituras e falações de pessoas que supostamente saibam mais do que ele. De natureza muito dinâmica, é compreensível que, ressalvados os casos mais complicados, o jovem goste de cooperar, de participar ativamente, devendo ser para isso preparado. Convidá-los para acompanhar-nos em visitas a outras obras, a outras instituições, a entidades que prestam serviço ao semelhante necessitado, quais creches, hospitais, asilos; tudo isso vai sensibilizando a alma do Espírito reencarnado nas suas primeiras idades.
É muito bom quando temos, num centro espírita, um relacionamento saudável entre os trabalhadores mais velhos e os jovens, uma vez que os primeiros precisam contar com a força e a disposição dos mais moços, enquanto estes carecem do norteamento e da experiência dos mais velhos. Quando isso se dá, em bases de afeto e de respeito, temos excelente conquista de corações para a liberdade, para a vivência ética e para o trabalho com Jesus.
Extraído de entrevista publicada pelo jornal O Imortal na edição de março de 2009.