Faz 160 anos que as irmãs Fox foram publicamente investigadas

Em 14 de novembro de 1849,portanto 160 anos atrás, os espíritas realizaram a sua primeira reunião no Corinthian Hall, o maior auditório disponível em Rochester (Estados Unidos), quando as célebres irmãs Fox – Margaret e Kate – realizaram as primeiras demonstrações públicas de suas faculdades mediúnicas.
Hydesville era naquela época um vilarejo típico do Estado de New York, com uma população primitiva, certamente semieducada, mas livre de preconceitos e mais receptiva às novas ideias do que qualquer outro povo da época.
O povoado, situado a cerca de 20 milhas da nascente cidade de Rochester, consistia de um grupo de casas de madeira, de tipo muito humilde. Pois foi numa dessas casas que se iniciou o desenvolvimento de uma série de fenômenos que daria, mais tarde, origem à Doutrina Espírita. A casa era habitada por uma família de fazendeiros de nome Fox.
Além de pai e mãe, de religião metodista, havia duas filhas morando na casa ao tempo em que as manifestações atingiram tal ponto de intensidade que atraíram a atenção geral. Eram as meninas Margaret, de 14 anos e Kate, de 11. Havia vários outros filhos e filhas que não residiam ali, uma das quais, de nome Leah, ensinava música em Rochester.
A família Fox alugou a casa em 11 de dezembro de 1847, mas só no ano seguinte foi que os ruídos notados por antigos inquilinos voltaram a ser ouvidos. Consistiam de ruídos de arranhadura que pareceriam sons pouco naturais para serem produzidos por visitantes de fora. Parece que tais ruídos não incomodaram a família Fox até meados de março de 1848.
Na noite de 31 de março de 1848 o autor das batidas se identificou Dessa data em diante, porém, eles Faz 160 anos que as irmãs Fox foram publicamente investigadas cresceram continuamente de intensidade. Às vezes eram simples batidas; outras vezes soavam como o arrastar de móveis. As meninas ficavam tão alarmadas que se recusavam a dormir separadas e iam para o quarto dos pais.
Tão vibrantes eram os sons que as camas tremiam e se moviam. Finalmente, na noite de 31 de março de 1848 houve uma irrupção de inexplicáveis sons muito altos e continuados. Foi nessa noite que um dos grandes pontos da evolução psíquica foi alcançado, porque foi nessa mesma ocasião que a jovem Kate Fox desafiou a força invisível a repetir as batidas que ela dava com os dedos. Conquanto o desafio da mocinha tivesse sido feito em palavras brandas, ele foi imediatamente respondido.
Cada pedido era respondido por um golpe. Posto que humildes os operadores de ambos os lados, a telegrafia espiritual estava funcionando. Tendo-se formado uma espécie de comissão de investigação, aquela gente, na maliciosa feição ianque, levou parte da noite de 31 de março num jogo de perguntas e respostas com a inteligência invisível.
Conforme sua própria declaração, ele era um Espírito; tinha sido assassinado naquela casa; indicou o nome do antigo inquilino que o matara; tinha então — cinco anos passados — trinta e um anos de idade; fora assassinado por causa de dinheiro; tinha sido enterrado numa adega, a dez pés de profundidade.
Um vizinho, chamado Duesler, foi quem pela primeira vez usou o alfabeto para obter respostas por meio de arranhões nas letras. Assim foi obtido o nome do morto: Charles B. Rosma. O auditório escolhido foi o Corinthian Hall, o maior existente em Rochester Em poucas palavras, estes foram os acontecimentos de 31 de março de 1848, que continuaram e se confirmaram na noite seguinte, quando não menos de duzentas pessoas se reuniram em volta da casa.
Numa das primeiras comunicações recebidas pelas irmãs Fox foi afirmado que “as comunicações não se limitariam a elas; espalhar-se-iam pelo mundo”. Em 14 de novembro de 1849 os espíritas realizaram sua primeira reunião no Corinthian Hall, o maior auditório disponível em Rochester. A assistência ouviu com atenção a exposição feita pelo Sr. Capron, de Auburn, o orador principal.
Foi então escolhida uma comissão de cinco cidadãos representativos para examinar o assunto e fazer um relatório na noite seguinte, em nova reunião da assembleia. Tão certos estavam os jornalistas de que esse relatório seria desfavorável que o jornal Rochester Democrat, ao que depois se viu, já tinha preparado o seu artigo de fundo, com o título: “Exposição Completa da Mistificação das Batidas”.
O resultado obrigou o editor a sustálo, porque a comissão relatou que as batidas eram indubitavelmente verdadeiras. Acrescentou o relatório que as batidas se produziam nas paredes, nas portas, a alguma distância das meninas, produzindo uma sensível vibração. E no final, de forma peremptória, seus membros aduziram: “Não puderam encontrar nenhum processo pelo qual elas pudessem ser produzidas”.
THIAGO BERNARDES – O Imortal – Nº 671 – Janeiro de 2010

Os 160 anos dos acontecimentos de Hydesville
Rolar para o topo