Ele disse: o que praticou a misericórdia com ele. Disse-lhe Jesus: vai e faze tu do mesmo modo.
Lucas 10:37
Tantas vezes encontramos pela frente a parábola do Bom Samaritano e tantas outras nela encontramos inesperados ensinamentos.
Repetir costuma cansar, convenhamos. Lições, contudo, existem semelhantes à luz solar que se rearticula, diariamente, criando vida renovadora.
Realmente, a história contada por Jesus expõe a caridade por brilhante divino, com revelações prismáticas de inexpremível beleza.
A atitude daquele cavaleiro desconhecido resume todo um compêndio de bondade.
Enquanto o sacerdote e o levita, pessoas de reconhecido valor intelectual, se afastam deliberadamente do ferido, o samaritano para sensibilizado.
Até aí, o assunto patenteia feição comum, porque nós todos, habitualmente, somos movidos à piedade, diante do sofrimento alheio.
Situemo-nos, entretanto, em lugar do viajante generoso…
Talvez estivesse ele com os minutos contados…
Muito compreensivelmente, estaria sendo chamado com urgência e teria pressa de atingir o término da viagem…
Provável fosse atender a encontro marcado…
É possível atravessasse naquela hora o fim do dia e devesse acautelar-se contra qualquer trecho perigoso da estrada, na sombra da noite próxima…
No entanto, à frente do companheiro anônimo abatido, detém-se e se compadece. Olvida a si mesmo e não pergunta quem é. Interrompe-se. Aproxima-se. Faz pensos e efetua curativos. Para ele, contudo, isso não basta. Coloca-o na montada.
Apresenta-o na hospedaria e responsabiliza-se por ele. Além disso, compromete-se sem indagar se está preservando um adversário. Pagará pelos serviços que receba. Vê-lo-á, quando regressar.
Narrando o acontecido, Jesus recordou o comportamento do sacerdote, do levita e do samaritano e perguntou ao doutor da Lei que se interessava pela posse da vida eterna:
– Qual dos três te parece haver amado o próximo, caído em necessidade?
– O que usou da misericórdia para com ele – replicou o interpelado.
– Então, vai – disse Jesus -, e faze tu o mesmo.
Segundo é fácil de ver, a indicação para entesourar a luz da vida eterna, em nós próprios, é clara e simples. Amor ao próximo é o sublime recurso na base de semelhante realização.
Mas não basta reconhecer os méritos da receita.
É preciso usá-la.
Título: Receita de vida eterna
Autor: Emmanuel pela psicografia de Chico Xavier
Livro: O Evangelho por Emmanuel: Comentários ao Evangelho segundo Lucas