Aquele, porém, que não soube e fez [coisas] dignas de açoite, será açoitado poucas [vezes]. A todo aquele que muito foi dado, muito lhe será requerido; e ao que muito foi confiado, ainda mais lhe será pedido.
Lucas 12:48
Quase sempre, registrando a afirmativa do Senhor — “muito se pedirá a quem muito recebeu” automaticamente nos recordamos daquelas criaturas a quem devemos apreço pela eminência a que foram guindadas nas telas de nosso tempo e de nossa vida.
E lembramos os grandes mordomos da economia amoedada, os vultos distintos da Religião, os destacados criadores do pensamento literário, os cientistas de prol e personalidades outras de nosso convívio que transcenderam por seu trabalho a craveira comum.
E delas exigindo maiores somas de renunciação pessoal em nosso proveito, esquecemo-nos da quota de recursos do espírito que nos foi adjudicada para que também nos ergamos de nível no campo da experiência.
É imperioso saber que a responsabilidade não pode centralizar-se de maneira absoluta em alguém, sob pena de sufocarmos o progresso em seu impulso divino.
À feição da escola em que a instrução crescente é patrimônio de aprendizes e educadores e à maneira da oficina em que o trabalho é a riqueza de dirigentes e dirigidos, no terreno das conquistas morais, é preciso não esquecer que todos somos chamados à obra em conjunto, na qual somos todos devedores à felicidade geral, no esforço que corresponda aos valores que recebemos.
Assim, pois, ante a palavra do Cristo, não te fixes apenas no “muito” que os outros entesouraram, mas lembra, acima de tudo, os talentos que guardas por tua vez, à espera de tua própria consagração ao bem, para que possas responder, sem corar, no balanço das horas, quando se pedirá de ti contas justas das bênçãos de segurança e conhecimento que acumulas contigo, com a obrigação de fazê-las frutificar na esfera do serviço e no campo do rendimento.
Título: Responsabilidade
Autor: Emmanuel pela psicografia de Chico Xavier
Livro: O Evangelho por Emmanuel: Comentários ao Evangelho segundo Lucas