Não é o que entra na boca o que [torna] comum o homem, mas o que sai da boca, isso [torna] comum o homem.
Mateus 15:11
O sexo, na Terra, muitas vezes é apontado à conta de porão emotivo.
Dele se ocupa a imprensa, nas tragédias passionais, como se esvurmasse uma chaga, e muitos religiosos lhe definem as manifestações como efeitos do mal.
Entretanto, é no sexo que a vida cunha passaporte ao renascimento, acalentando a bênção do lar.
Através dele, retomamos o fio de nossas experiências, recebemos o carinho dos pais, abençoamos a esperança dos filhos e recolhemos precioso estímulo para a luta.
Mas é igualmente por ele que forjamos perigosas obsessões e abusos inomináveis, criando para nós mesmos, a sombra da loucura ou a grade da delinquência.
A Bondade Divina no-lo concede como portal de luz.
Em muitas circunstâncias, contudo, atravessamo-lo, tomados de paixão, qual se densas trevas nos envolvessem.
Isso acontece, no entanto, à face da ignorância deliberada com que nos conduzimos no assunto.
Estabelecemos medidas seguras para evitar essa ou aquela calamidade e cultivamos minuciosa atenção nesse ou naquele círculo da existência.
A vacinação preserva a saúde física.
A polícia rodoviária previne desastres.
Diques governam cursos d’água.
Máquinas poderosas controlam a força elétrica.
Nossos jovens são escrupulosamente examinados em noções de matemática ou de física.
Tiramos radiografias, relativamente perfeitas, das vísceras e dos ossos.
Contamos o número de hemácias numa gota de sangue.
Sabemos prever com exatidão o próximo eclipse do Sol.
Todavia, em matéria de sexo, quase sempre as impropriedades aparecem de chofre, sem qualquer profilaxia de nossa parte.
É necessário, assim, saibamos atender à educação do caráter, para que o caráter não se transvie.
Lembremo-nos de que a Natureza, retratando as Leis de Deus, não guarda qualquer capricho.
As estações do tempo funcionam, com regularidade, há milênios.
A gravitação é a mesma para justos e injustos.
Tudo na Criação é trabalho e ordem, evolução e obediência.
Reconhecendo-se, desse modo, que os valores emocionais vigem por nossa conta, toda vez que o sexo eclode sem disciplina, o naufrágio moral surge perto.
Cabe, pois, aqui recordar as palavras do Mestre Divino: – “Não é o que entra pela boca que contamina as criaturas, mas sim o que lhes vem do coração.”
E, sem dúvida, o sexo será sempre uma das portas mais importantes do sentimento.
Título: Sexo e disciplina
Autor: Emmanuel pela psicografia de Chico Xavier
Livro: O Evangelho por Emmanuel: Comentários ao Evangelho Segundo Mateus